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Agronegócio vendeu quase R$1 trilhão e investe em novos portos para ampliar mercados
Este resultado marca o segundo melhor desempenho histórico do setor
As exportações do agronegócio brasileiro em 2024 alcançaram US$ 152,63 bilhões, representando aproximadamente 48,9% do total das exportações do país. Este resultado marca o segundo melhor desempenho histórico do setor, demonstrando a crescente presença do Brasil no mercado global, especialmente em produtos como soja, carnes e açúcar.
Os setores que mais contribuíram para esse desempenho foram o Complexo soja, com exportações de US$ 52,19 bilhões, seguido pela indústria de Carnes, com US$ 23,93 bilhões, e o Complexo sucroalcooleiro, que somou US$ 18,27 bilhões. Essa expansão é atribuída à alta demanda internacional e à robusta capacidade de produção do agronegócio brasileiro.
Para otimizar ainda mais sua competitividade, o setor tem se concentrado na melhoria dos processos logísticos, com ênfase no transporte marítimo, essencial para o Brasil, visto que 95% das suas exportações internacionais ocorrem por meio de portos. Nesse contexto, o governo brasileiro prioriza investimentos em infraestrutura portuária, com a intenção de reduzir custos e aumentar a competitividade global.
Entre as recentes iniciativas, destaca-se o leilão portuário de dezembro de 2024, que abrangeu os portos de Maceió, Santana e Itaguaí, com previsão de investimentos que superam R$ 3,6 bilhões. O Porto de Santana se destaca como um hub estratégico para a exportação de produtos agrícolas, especialmente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. O terminal, sob gestão do consórcio Rocha Granéis Sólidos de Exportação, deve receber R$ 89 milhões em melhorias nos próximos 25 anos, incluindo a ampliação de píers e melhorias na infraestrutura.
Uma novidade significativa foi a assinatura de um protocolo entre a Companhia Docas de Santana e a Comissão Administrativa da Zona de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico de Zhuhai, na China, visando a criação de uma rota marítima direta entre o Brasil e a região da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. Essa nova rota pode reduzir em até 14 dias o tempo de transporte, facilitando as exportações e estreitando laços comerciais com a China, o principal destino das exportações agrícolas brasileiras.
O Brasil também explora outras opções logísticas, como a do Porto de Chancay no Peru, que, apesar de prometer uma redução de mais de dez dias na navegação, enfrenta desafios logísticos significativos, como o difícil trajeto pelos Andes. Alternativamente, portos chilenos, como o de Antofagasta, oferecem uma rota mais curta até Shangai, mas a infraestrutura é crucial para garantir a eficiência do transporte.
Esses investimentos estão em linha com os planos do governo brasileiro, através do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), que planeja leiloar 42 empreendimentos portuários nos próximos dois anos, totalizando mais de R$ 14 bilhões em recursos. Os portos de Santos, Paranaguá e Rio de Janeiro estão entre os principais a serem incluídos nessa programação.
Com essas ações, o Brasil busca consolidar sua posição como líder no agronegócio global, oferecendo produtos qualificados a preços competitivos. O fortalecimento da infraestrutura portuária é fundamental para sustentar o crescimento do setor e atender a demanda global, especialmente em mercados estratégicos como a China. O futuro do agronegócio brasileiro está, portanto, intimamente relacionado à inovação logística e à capacidade de exportar de forma eficiente e rentável.
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