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Degradação de florestas na Amazônia bate recorde mensal em setembro
Aumento das queimadas contribui para destruir a área verde
A degradação florestal na Amazônia Legal atingiu um total de 20.238 km² em setembro de 2024, um aumento de 1.402% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse número representa mais de 13 vezes a área da cidade de São Paulo e é a maior área atingida em um único mês nos últimos 15 anos, segundo o Instituto de pesquisa Imazon.
O desmatamento e a degradação florestal na região são monitorados pelo Imazon desde 2008 e 2009, respectivamente, por meio do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD). Enquanto o desmatamento envolve a remoção completa da floresta, a degradação é causada por queimadas e extração madeireira, destruindo parte da vegetação.
Segundo a pesquisadora Larissa Amorim, setembro é marcado pelo aumento dessas práticas na Amazônia devido ao período seco, porém os números registrados em 2024 são excepcionalmente altos, principalmente devido à intensificação dos incêndios florestais. O aumento das queimadas causadas pela ação humana e favorecidas pela severa seca na região são apontados como os principais responsáveis pelo aumento da degradação. O acumulado de áreas degradadas desde o início do ano é o maior dos últimos 15 anos, atingindo 26.246 km².
Estado mais afetado
O estado do Pará concentrou 57% das áreas de florestas degradadas na Amazônia em setembro de 2024, com uma área de 11.558 km², um aumento significativo em relação a 2023. Sete dos 10 municípios que mais degradaram a região são paraenses, com São Félix do Xingu, Ourilândia do Norte e Novo Progresso liderando o ranking.
Outros estados com percentuais significativos de degradação foram Mato Grosso, Rondônia e Amazonas. Rondônia em especial teve um aumento de 38 vezes na degradação em um ano. O Pará também concentra sete das 10 unidades de conservação mais degradadas, com destaque para a APA Triunfo do Xingu e a Flona do Jamanxim.
Na questão das terras indígenas, a Kayapó foi a mais degradada, com 3.438 km² afetados em setembro, representando 17% de toda a área degradada na Amazônia. A presença de degradação em terras indígenas e unidades de conservação representa um impacto negativo na biodiversidade local e no modo de vida das populações tradicionais. A falta de eficácia nas medidas para conter o fogo na Amazônia é evidenciada pela persistência desse problema ambiental em áreas protegidas.
Desmatamento
O desmatamento na Amazônia aumentou em setembro, após quatro meses seguidos de alta, contrastando com 14 meses de redução. No período, uma área de 547 km² foi desmatada, equivalente a 1.823 campos de futebol por dia. Esse número foi 0,2% maior do que em 2023, totalizando 3.071 km² no acumulado de janeiro a setembro, oitavo maior da série histórica.
A maior parte do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou em estágios de posse, seguido por assentamentos, unidades de conservação e terras indígenas. Pará, Amazonas e Acre foram os estados mais afetados, com sete dos dez municípios mais atingidos localizados no Pará.
Assentamentos
O estado do Pará é o lar de sete dos dez assentamentos e sete das dez unidades de conservação com as maiores áreas desmatadas. Além disso, entre as dez terras indígenas mais desmatadas, três estão totalmente localizadas no Pará e outras três possuem parte de sua área no estado. Em setembro, o Pará liderou o desmatamento, perdendo uma área equivalente a 970 campos de futebol de floresta por dia. Esse impacto afeta diretamente os municípios, assentamentos, unidades de conservação e terras indígenas.
É urgente investir em ações eficazes e integradas para proteger a região, como fortalecer os órgãos de fiscalização ambiental. Carlos Souza enfatiza a importância de combater as mudanças climáticas causadas pela destruição da vegetação e de proteger a biodiversidade e as comunidades que dependem da floresta. Também é necessário encontrar alternativas para reduzir os impactos das queimadas na cobertura florestal e nas populações.
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