• Brasil  •  08/12/2024  •  3 meses atrás
Número de venezuelanos presos em Roraima aumentou 500% em 6 anos

Número de venezuelanos presos em Roraima aumentou 500% em 6 anos

Cerca de 9% dos detentos no estado são venezuelanos. A maior parte está alojada numa mesma ala do presídio de Boa Vista (RR)

O número de venezuelanos presos em Roraima quintuplicou em seis anos, passando de 77 em 2018 para 414 em 2024. A maioria está na Ala 5 da Penitenciária Agrícola Monte Cristo, em Boa Vista. Essa quantidade representa quase 9% da população carcerária do estado, que conta com cerca de 4. 460 detentos. A administração do presídio optou por manter os presos venezuelanos juntos para evitar conflitos.

Apesar de não terem sido registradas disputas entre os presos venezuelanos e as facções brasileiras, como PCC e CV, o Ministério Público destaca a necessidade de atenção e monitoramento. O aumento da presença de venezuelanos nos presídios de Roraima reflete a complexidade da situação vivenciada pelo estado devido ao fluxo migratório causado pela crise política e econômica na Venezuela.

Além disso, o aumento do número de refugiados venezuelanos em Roraima impacta diretamente a demanda por serviços públicos e os indicadores sociais e de segurança pública do estado. Atualmente, estima-se que haja cerca de 180 mil venezuelanos em Roraima, o que representa um quarto da população total do estado.

O governo de Roraima estima que há 180 mil imigrantes e refugiados no estado, representando 25% da população total. A presença de venezuelanos em algumas áreas de Boa Vista já é majoritária, como no bairro 13 de Setembro, onde 80% das crianças e adolescentes são venezuelanos. 

Apesar da integração, a tensão persiste na região, com embates, crimes e preconceitos sendo registrados. Um relatório do Metrópoles revelou que uma a cada três vítimas de assassinato em Roraima é venezuelana. Além disso, o estado enfrenta casos de xenofobia contra imigrantes da Venezuela, enquanto criminosos venezuelanos aproveitam o fluxo migratório para entrar no Brasil.

Crimes violentos 
Entre os presos venezuelanos nas penitenciárias e nos presídios do estado, 34% foram detidos por crimes contra o patrimônio (furtos, roubos e latrocínios), 24% por tráfico de drogas e 12% por homicídios, conforme dados informados pelo MPRR. Entre os casos de assassinatos, estão alguns crimes brutais cometidos por integrantes de facções da Venezuela.

Sobre os crimes violentos, é importante destacar que a atuação das facções venezuelanas nesse tipo de delito chama a atenção pela crueldade utilizada, porque são comuns os casos com o esquartejamento das vítimas, método usado como forma de ‘assinatura’ de seus crimes e imposição de medo”, menciona o Gaeco do MPRR.

O grupo El Tren de Aragua, originário da Venezuela, tem se infiltrado nos bairros de maioria venezuelana em Boa Vista, subjugando a população local e impondo sua própria lei. Além disso, outros grupos venezuelanos como Tren de Guayana e Sindicato de Las Claristas também estão presentes em Roraima. 

O governador Antônio Denarium cobrou do presidente Jair Bolsonaro o pagamento de R$ 306 milhões para compensar os gastos do estado com a imigração de venezuelanos, determinados pelo STF quatro anos atrás. O governo federal deveria custear metade dos gastos com serviços públicos para os imigrantes, mas o valor foi questionado e ainda não foi resolvido. 

Denarium pediu celeridade na restituição das despesas durante o Fórum dos Governadores em Brasília, destacando que os gastos com venezuelanos têm um grande impacto financeiro no estado.
 


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