• Meio Ambiente  •  27/01/2025  •  4 semanas atrás
Pantanal teve 17% da área total queimada em 2024, apontam dados de satélite

Pantanal teve 17% da área total queimada em 2024, apontam dados de satélite

O número é quase três vezes maior do que o registrado em 2023

Em 2024, o Pantanal sofreu queimadas em 2,6 milhões de hectares, representando cerca de 17% do total da área, sendo de aproximadamente 15 milhões de hectares. Esse número é quase três vezes maior do que o registrado em 2023, quando cerca de 0,9 milhões de hectares foram queimados. Desde 2012, 2024 é o segundo ano com maior área afetada por incêndios, perdendo apenas para 2020, quando mais de 3,6 milhões de hectares foram queimados.

Um estudo de 2023 indicou que cerca de 4,5 milhões de hectares foram queimados em 2020. Em contraste, 2014 teve a menor área afetada, com apenas 209,9 mil hectares queimados. Conforme a plataforma Monitor do Fogo, o total de áreas queimadas no Brasil chegou a cerca de 30,9 milhões de hectares em 2024, um aumento de 79% em relação ao ano anterior, o maior desde o início dos registros em 2019.

Esse aumento vai contra as promessas do governo Lula, que se comprometeu a reverter os danos ambientais do governo Bolsonaro. O Pantanal enfrentou sua maior seca em 70 anos, o que pode levar à perda do bioma até o final do século, caso as condições climáticas não melhorem. A ministra Marina Silva destacou que a combinação de baixa precipitação e alta evapotranspiração resulta em danos à vegetação e ao ecossistema.

Estudos indicam que o governo federal prevê um possível novo quadro de seca no Pantanal em 2025. Os dados do MapBiomas mostraram que 1,9 milhões de hectares foram queimados no ano anterior, número inferior ao do Lasa, que usa imagens de satélite para seus registros. O Lasa identificou que fatores como seca e altas temperaturas aumentaram o material combustível na região.

A maioria dos incêndios, segundo Júlia Rodrigues, pesquisadora do Lasa, é resultado da ação humana. Embora o clima favoreça o fogo, a ignição é geralmente causada por atividades humanas, como a queima intencional para limpeza de áreas e a queima de lixo, que pode sair do controle em condições de seca.

Em 2024, foram registrados 14. 498 focos de incêndio no Pantanal, o pior número desde 2020. O aumento das queimadas pode impactar a capacidade de regeneração da região, levando à morte de animais e à perda de bancos de sementes. Yanna Fernanda, do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), ressalta que o uso do fogo como ferramenta deve ser feito com técnica e cuidado.

Desde os incêndios graves de 2020, ações de prevenção foram intensificadas no Pantanal, como a presença de brigadas para combate a incêndios e iniciativas de educação ambiental. O IHP também implementou um sistema de inteligência artificial para monitorar riscos de fogo.

Fernanda destacou que 2025 pode ser um ano desafiador, pois, apesar do período chuvoso, as secas ainda persistem, mantendo a região em estado de alerta. Ela notou que o nível do rio Paraguai está subindo, o que pode oferecer um pouco de alívio, mas ainda há necessidade de monitoramento constante. As mudanças climáticas estão trazendo extremos cada vez mais severos, exigindo esforços coordenados para prevenir incêndios.
 


Tudo que virou notícia você confere aqui no Radar 364, Seu novo Portal de Notícias.
➡️ Siga Nosso Canal No WhatsApp