PGR se manifesta contra a presença de policiais 24h dentro da casa de Bolsonaro

Da Redação

A Procuradoria-Geral da República (PGR) se posicionou contra o pedido da Polícia Federal para manter uma equipe de policiais de forma permanente dentro da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar. Em parecer enviado ao STF nesta sexta-feira (29), o procurador-geral Paulo Gonet considerou a medida desnecessária no momento.

Risco de Fuga Reconhecido, mas Medida Considerada "Gravosa"

Apesar de se opor à presença policial contínua na residência, o chefe da PGR reconheceu em seu parecer que há, de fato, um risco de fuga por parte de Bolsonaro. Gonet citou investigações recentes que apontaram um pedido de asilo feito pelo ex-presidente na Argentina e sua proximidade com líderes estrangeiros.

"Como o processo penal prossegue... a perspectiva de busca de refúgio do ex-presidente nesses países se torna digna de cuidados reativos por parte das autoridades nacionais", escreveu o procurador-geral.

No entanto, ele ponderou que é preciso haver um equilíbrio e que, por ora, não há uma "situação crítica" que justifique a aplicação de "soluções mais gravosas" que as já impostas. Em vez disso, a PGR pediu que o STF determine que Bolsonaro mantenha a área externa de sua casa livre, para facilitar uma eventual ação policial.

Decisão Final Caberá a Moraes

O parecer da PGR é uma resposta a um pedido da Polícia Federal, que argumentou que a presença de uma equipe 24h na residência seria "imperiosa" para garantir o cumprimento da prisão domiciliar. A decisão final sobre o assunto caberá ao ministro relator do caso, Alexandre de Moraes, que não é obrigado a seguir a recomendação da Procuradoria.

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