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Premiados, chocolates do Brasil conquistam árabes
O chocolate brasileiro tem sido considerado um presente essencial em ocasiões especiais, como aniversários e Dia dos Namorados
Marcas de chocolate brasileiras estão se destacando globalmente e estão ganhando popularidade nos países árabes, como a Arábia Saudita, que já é o quinto maior destino de exportação do produto do Brasil. Além disso, países como Emirados Árabes, Catar, Kuwait, Omã e Bahrein estão também apreciando o chocolate nacional. O chocolate brasileiro tem sido considerado um presente essencial em ocasiões especiais, como aniversários e Dia dos Namorados, e tem recebido prêmios importantes, conquistando assim o mercado árabe.
Por exemplo, a Arábia Saudita importou cerca de um terço do valor em chocolate brasileiro que a Argentina, o maior comprador estrangeiro, adquiriu. Isso totalizou US$ 10,2 milhões nos primeiros dez meses de 2024.
“Arábia Saudita aparece atrás apenas dos nossos vizinhos, Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile, no ranking de maiores importadores de chocolate brasileiro. Esse mercado tem se mostrado bastante promissor e a gente tem olhado com bastante atenção”, conta o presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), Jaime Recena. “Ao mesmo tempo, eles têm consumido muito os nossos produtos e elogiado bastante.”
Ainda de acordo com Jaime, além de Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Catar, Kuwait, Omã e Bahrein aparecem como outros importadores árabes de chocolate brasileiro, tendo comprado, os cinco juntos, quase US$ 6,2 milhões (cerca de R$ 36 milhões) até outubro deste ano.
“Com uma aceitação muito boa, o chocolate brasileiro entra com grande força neste mercado. E posso dizer que essa presença tem aumentado expressivamente nos últimos cinco anos em razão da maior participação do Brasil em feiras e eventos da indústria de alimentos no Oriente Médio. Apesar de vendermos pouco para eles, em comparação a outros compradores, é um mercado que tem grande chance de crescimento”, explica Jaime.
Ocupando a 33ª colocação no ranking mundial de exportadores de chocolates, o Brasil é responsável pela comercialização de 0,43% do chocolate mundial, mas está em busca de aumentar esses números.
“Quando falamos sobre diferenciais do chocolate brasileiro, podemos dizer que é um produto com muita qualidade. Além disso, nos últimos anos, o País tem investido na produção de cacau fino, algo que nossos vizinhos, como Equador e Peru, já fazem há um tempo. Quanto mais a gente trabalha esse produto, mais qualificado fica”, disse o presidente-executivo da Abicab.
Divine Chocolate
A Divine Chocolate está entre as marcas brasileiras que já exportaram para os árabes. Criada em 2011 no Rio Grande do Sul, a empresa vendeu seus chocolates para o Catar entre os anos de 2019 e 2020.
“Para o Catar conseguimos exportar durante dois anos. Tínhamos uma parceria muito boa, mas a chegada da pandemia acabou parando o negócio. Entretanto, temos a intenção de voltar a negociar com eles, para o Catar servir de porta de entrada para outros países árabes. O interesse em fechar (negócio) aconteceu depois que participamos de uma feira na região”, conta o gerente de exportação da Divine Chocolate, Diego Heineck.
A marca Divine Chocolate tem interesse não apenas no mercado do Catar, mas também no mercado árabe como um todo, participando de feiras de alimentos na região, como a Gulfood em Dubai. Com embalagens em árabe, a empresa visa facilitar a comunicação com um público sofisticado que valoriza produtos de qualidade. Além de países como Argentina, Uruguai, e Estados Unidos, a marca planeja aumentar as exportações para o mercado árabe nos próximos anos.
“A exportação é muito importante para as marcas brasileiras porque serve como alternativa quando temos alguma dificuldade de consumo no mercado interno. Além disso, participar de feiras internacionais nos ajudar a trazer mais ideias e novidades para os nossos próximos produtos”, completa Diego.
Baianí Chocolates
As marcas Baianí Chocolates e Mission Chocolate foram criadas para se destacarem no mercado brasileiro de chocolate. Fundada por Tuta Aquino e Juliana Aquino em 2017, a Baianí Chocolates tem como foco a produção de chocolates Bean to Bar, seguindo três pilares principais: sustentabilidade, comércio direto e justo entre agricultores e chocolateiros, e processo diferenciado de fabricação de chocolate.
A empresa possui uma fazenda de cacau própria na Bahia e duas sedes, em São Paulo e na Bahia, de onde são distribuídos os chocolates para representantes comerciais no Brasil e em diversos países como Estados Unidos, Suíça, Bélgica, Japão, Noruega, Itália, Alemanha e Inglaterra.
“Temos interesse em fazer negócios com árabes, mas acho que falta um parceiro de negócios que nos ajude. Sabemos que é um mercado interessante e já estivemos perto deles em uma feira que participamos em Dubai. Acredito que eles são consumidores que se interessaram por nossos produtos porque são compradores que gostam de produtos de luxo”, diz o sócio proprietário da Baianí Chocolates, Tuta.
Entre os principais produtos comercializados pela marca está a barra de chocolate e laranja, que ganhou cinco edições do prêmio Academy of Chocolate e duas edições do International Chocolate Awards. Quem também recebeu os prêmios da International Chocolate Awards foi a barra de chocolate de goiaba da marca Mission Chocolate.
Mission Chocolate
Criada pela chocolatier Arcelia Gallardo em 2013, a marca Mission Chocolate usa ingredientes locais do Brasil. Nascida em Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos, Arcelia veio para o Brasil há alguns anos para estudar a produção de cacau.
“Depois de passar quatro anos estudando os produtos nativos, decidi criar uma marca que elevasse os sabores brasileiros comuns para um chocolate sofisticado, coisa que ninguém fazia na época. Após visitar muitos estados brasileiros, criei chocolates com sabores muito característicos, como pão de mel, arroz-doce, rapadura, rabanada, cupuaçu e goiabada. A minha ideia era valorizar o que tinha dentro do País onde o cacau crescia e eu consegui”, explica Arcelia Gallardo, CEO da Mission Chocolate. “Acredito que o chocolate brasileiro se destaca muito dos outros porque é terroso, tem um gosto mais amadeirado.”
Com barras de chocolate feitas com o tipo mais amargo, os produtos são vendidos e exportados de uma loja, que está localizada na cidade de São Paulo. Além de vender para diversos estados do Brasil, a Mission Chocolate tem uma fábrica na Califórnia, Estados Unidos.
“Em um futuro próximo queremos exportar para o Canadá, México, China e Japão. Sabemos que o mercado árabe pode ser interessante, porém ainda não fizemos nenhum negócio lá porque não temos contatos comerciais por lá”, completa Arcelia.
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